Estavam as duas gémeas à sombra de uma árvore no imenso jardim de flores.
Alice Bunny encontrava-se a ler um romance de Paris enquanto a sua irmã observava um ouriço caixeiro.
-Mana olha que bonito…posso lhe tocar? – perguntou Alice Beatriz.
-Estou na melhor parte Alice!
-Vou lhe tocar. -Alice Beatriz aproximou a sua mão delicada do pequeno ouriço que assustado se transforma numa pequena bola “picante”.
-Aii!-grita a pequena Alice.
-Alice estás bem?! – preocupada Alice Bunny larga o livro e tenta encontrar alguma coisa que sare a ferida da irmã.
A Alice Bunny abre a algibeira do seu avental e retira dela o relógio de bolso que pertencia ao seu pai.
-Ainda é cedo para ir para casa. Que achas Alice? Ficamos mais umas horas?
Entretanto passa um coelho branco vestido com um colete, aproximando-se lentamente, cada vez mais da Alice Bunny.
-Sim. –Afirmou Alice Beatriz, acenando ao mesmo tempo com a cabeça. Mas a sua expressão do rosto mudou completamente… - Alice! Olha! –Gritou apontando para o coelho que acabara de agarrar o relógio de bolso que a Alice Bunny tinha pousado.
-Não pode! Que criatura mais fofa!- Alice Bunny, estica a mão para tentar fazer uma festa ao coelho, mas este foge juntamente com o relógio de bolso. – Nem penses! Anda cá! Mana ajuda-me a apanhá-lo!
As duas meninas correm atrás do coelho branco. Duas gémeas idênticas, esvoaçam os seus cabelos louros pelo vento e os seus vestidinhos azuis quase as fazem tropeçar.
Entretanto o coelho entra numa toca, e nem rasto dele nem do relógio de bolso.
-Ai, ai… o pai vai matar-nos! –Disse Alice Beatriz com uma cara tristonha e preocupada. –O que fazemos?
-Não temos outro remédio… Vamos entrar! A toca é grande que chegue, antes de ser do coelho deve ter sido de um lobo ou um texugo, nós conseguimos entrar! – Alice Bunny pôs um pé, depois o outro, empurrou um pouco e parou de se mexer. – Ai! Estou presa!
-Eu ajudo! –A Alice Beatriz começa empurrar a irmã o mais que consegue.
De repente, a Alice Bunny desapareceu pelo buraco! Entre gritos e o seu eco, a Alice Beatriz começa a chamar pela irmã:
-Alice! Alice, responde! Mana, ao menos diz-me se estás bem… -Não ouvindo nada, a pequena põe um pé e depois o outro, tal e qual como a sua irmã tivera feito á pouco. Empurrou com todas as suas forças e caiu pela estranha toca a baixo.
Foi caindo caindo, mas começou a pensar: “Esta toca é tão funda… onde será que a Alice está? Como é que vamos sair daqui?” Algo lhe tocou. Ela deu um guinchinho agudo e estremeceu.
-Sou eu! –Sussurrou Alice Bunny – Também desces-te?
-Mana! Estás bem? Onde estamos? –Abraçou-se á irmã.
-Se queres que te diga, não sei, mas isto ainda tem continuação… nem reparas-te que eu estou aqui agarrada a uma raiz… estou a pensar em largar-me, não podemos ficar aqui eternamente. –Dito isto, largou-se da raiz e agarrou-se bem forte á irmã.
Conforme foram caindo, viram muitas coisas estranhas. Um guarda chuva que vertia água por dentro, uma mesa virada ao contrário com um peixe ao lado do aquário em vez de estar dentro dele, um pássaro atrás de um gato e ambos tinham asas!
-Mana tu viste aquilo? –Perguntou Alice Beatriz assustada.
-Sim… nem sei onde nos viemos meter… Mas será que isto não tem fim? Quantos dias vamos estar a cair pela toca? –Queixou-se impaciente a Alice Bunny.
Dito isto, ambas deram um trambolhão no solo! Chegaram finalmente ao fim daquela tão esquisita viajem.
Ajudaram a levantar-se, aos poucos o escuro começou a desaparecer e os cogumelos acenderam-se como se fossem luzes.
A Alice Bunny sacudiu as roupas e disse:
-Oh onde estará o coelho?
-Não sei, mas quero ir para casa… -Disse a Alice Beatriz enquanto sacudia as suas roupas e compunha o seu cabelo.
Continua...
